REPRODUÇÃO
E DESENVOLVIMENTO
Casos
especiais de reprodução
A
poliembrionia
O fenômeno em que se verifica a formação de vários
embriões a partir de um único zigoto é chamado poliembrionia. Nesse caso, no
início do desenvolvimento embrionário ocorre separação de células em dois ou
mais grupos; cada grupo poderá se desenvolver e formar um novo indivíduo. Como
todos os indivíduos assim formados são provenientes de um mesmo zigoto,
conclui-se que todos eles terão a mesma constituição genética; logo, serão
necessariamente do mesmo sexo. Esse é o caso dos chamados gêmeos univitelinos
ou monozigóticos, também conhecidos como gêmeos verdadeiros.
Na
espécie humana a ocorrência de gêmeos univitelinos é relativamente rara. Em
outros casos, como nos tatus, trata-se de um fenômeno comum.
Mas a poliembrionia nem sempre é a responsável pela
formação de gêmeos. Na espécie humana, por exemplo, uma mulher pode liberar
dois ou mais óvulos durante uma única ovulação. Nesse caso, sendo esses óvulos
fecundados, formam-se os gêmeos bivitelinos ou dizigóticos, também conhecidos
como gêmeos falsos ou gêmeos fraternos. Assim, óvulos distintos são fecundados
por espermatozóides também distintos, originando zigotos igualmente distintos.
Por essa razão, esses gêmeos diferem geneticamente um do outro, da mesma
maneira que quaisquer irmãos nascidos em partos diferentes. Logo, não precisam
ser necessariamente do mesmo sexo, já que são portadores de patrimônios
genéticos diferentes.
A
partenogênese
O termo
partenogênese designa o fenômeno biológico em que o gameta feminino (óvulo) de
certos animais se desenvolve formando um novo indivíduo, sem que tenha sido
fecundado.
Trata-se
de um caso atípico de reprodução sexuada, uma vez que para se processar
necessita da formação de um gameta.
Um caso
muito comum de partenogênese verifica-se entre as abelhas. Nesses animais, as
abelhas-rainhas fêmeas férteis produzem óvulos haplóides que podem ou não ser
fecundados pelo espermatozóides dos zangões machos férteis. os óvulos fecundados,
ao se desenvolverem, normalmente originam somente fêmeas, que são diplóides
(2n) e podem ser representadas por abelhas operarias ou rainhas. Por sua vez,
os óvulos haplóides não fecundados tem chances de desenvolver por partenogênese
e originar somente zangões, que são, portanto, igualmente haplóides.
A
clonagem de mamíferos
A palavra clone é de origem grega e significa 'broto'. Um
clone é a cópia geneticamente idêntica de outro ser vivo. Na natureza, o
processo de clonagem pode ser verificado, por exemplo, quando uma ameba se
reproduz assexuadamente originando outras, que são geneticamente iguais entre
si e iguais a ameba-mae, ou quando filhotes de tatus são gerados por meio de
poliembrionia.
Faz tempo que os seres humanos obtêm clones de plantas
diversas. É o caso de plantas como a cana-de-açúcar, reproduzidas
assexuadamente a partir de pedaços de caule. É também o caso de plantas como o
eucalipto, que podem ser obtidas, por exemplo, por meio de cultura de tecidos.
Entre os animais, a clonagem pode ser verificada, por
exemplo, em seres como as planárias, vermes do grupo dos platelmintos. Pedaços
de uma planária são capazes de se desenvolver, de maneira que cada pedaço origina
um novo indivíduo, depois de sucessivas mitoses celulares. Esses novos
indivíduos são, portanto, cópias geneticamente idênticas um do outro e também idênticas
a planária original.
Mas até 1997 a ciência moderna não conseguira produzir
clones de mamíferos. Nesse ano, foi anunciada a noticia do nascimento da ovelha
Dolly, o primeiro clone de mamífero desenvolvido em instituto genético. A
notícia, que assombrou o mundo, gerou inúmeras preocupações e indagações: ''
Teremos agora clones de animais em extinção, de outros animais, como vacas e
galinhas, tão ou mais úteis aos interesses humanos do que as ovelhas? Seres
humanos poderão ser clonados?''.
Depois da ovelha Dolly clonada de células de uma ovelha
adulta, vários outros clones de mamíferos foram anunciados, incluindo bezerros,
macacos e até uma ovelha enxertada com DNA humano, a ovelha Polly. Apesar da
polêmica gerada, a possibilidade da clonagem de animais abre perspectivas
promissoras para a pesquisa em setores diversos, como a agropecuária e a medicina.
Muitos pesquisadores acreditam que, tal como sucede na agricultura, seres com
características desejáveis aos interesses humanos poderão, no futuro, ser
clonados e aumentar a produtividade nas fazendas de gado, por exemplo.
Atualmente, muitas pesquisas em desenvolvimento visam à produção de animais que
forneçam órgão para transplantes em seres humanos; esses animais poderiam então
ser multiplicados por clonagem.
Como muitos afirmam, não constitui bom senso o ato de
banir tecnologias novas. Todo conhecimento, por si só, é neutro. O problema,
quando existe, reside na maneira como os novos conhecimentos são aplicados.
Eles devem ser amplamente debatidos pela sociedade e depois adequadamente
regulamentados por lei para que possam então ser aplicados racionalmente.
FONTE: Márcia Araújo, professora de Biologia da E.E.E.F.M. Profª Filomena Quitiba e Google Imagens.